PPCBIOL - Mestrado (Dissertações)

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    Aplicação de farmacometria na análise sequencial da farmacocinética pré-clínica do Benznidazol em modelo murino.
    (2023) Mendes, Thaís Fernanda Rodrigues Bastos; Carneiro, Cláudia Martins; Bandeira, Lorena Cera; Carneiro, Claudia Martins; Romero, Israel Molina; Jeremias, Wander de Jesus; Bandeira, Lorena Cera
    A doença de Chagas foi descoberta há mais de cem anos e ainda é um problema de saúde pública mundial, já que o potencial terapêutico do Nifurtimox (NFX) e Benznidazol (BNZ), únicos medicamentos usados para o tratamento da doença ainda é muito limitado. O foco deste trabalho é o BNZ, único fármaco utilizado no Brasil. Além dos diversos efeitos colaterais e limitações, a complexidade da doença torna a eficácia terapêutica do BNZ bastante variável. Ainda que existam estudos farmacocinéticos pré-clínicos, eles são escassos ou insuficientes para responder a tantos questionamentos para elucidar os problemas relacionados ao BNZ. Por isso, o presente trabalho teve como objetivo realizar uma análise sequencial da farmacocinética pré-clínica do benznidazol no baço, pulmão e rim de camundongos sadios submetidos a diferentes esquemas terapêuticos, envolvendo a farmacometria, também conhecida como modelagem e simulação (M&S). A distribuição do BNZ do plasma para os tecidos foi avaliada a partir do modelo farmacocinético em camundongos previamente disponível e considerado como compartimento central ao qual foram sequencialmente incluídos os dados de concentração nos tecidos, que foram então parametrizados como compartimentos periféricos. As estimativas foram conduzidas por modo de estimação condicional de primeira ordem com interação implementado no software NONMEN v.7.5.0 e os resumos, testes estatísticos, estruturação dos dados e elaboração de gráficos foram realizados com auxílio do software R. A confiabilidade do nosso modelo de farmacocinética populacional (popPK) do BNZ foi validada pela ferramenta de verificação preditiva visual (Visual Predictive Check - VPC) com correção de predições e variância do BNZ nos tecidos de camundongos obtidos após 1000 simulações. O ajuste do modelo das estimativas aos dados observados foi avaliado por gráficos de qualidade de ajuste (Goodness Of Fit - GOF), que relacionam valores preditos versus observados individuais e populacional para cada tecido, assim como resíduos ponderados condicionais (CWRES) versus concentrações populacionais preditas e CWRES versus tempo. Apenas a distribuição para o baço e rim apresentou variabilidade inter-individual (IIV) no volume de distribuição dos tecidos. Os intervalos das predições VPC são espessos e se sobrepõem, devido a amostragem esparsa nos dados de tecidos. Porém são poucas as inadequações entre as concentrações observadas e simuladas. Apesar de apresentar algumas estimativas com CWRES pronunciados devido a outliers, a maioria das concentrações teciduais preditas estão próximas das observadas, demonstrando a boa adequação do modelo aos dados. Apesar da natureza esparsa dos dados, o erro residual padrão das estimativas é como o esperado. A distribuição do BNZ não ocorre de forma uniforme, mas aparenta ser dose dependente. O clearance (Q) do pulmão é de 9.40x10-4 (L/h), do baço e rim Q=0.292 e 0.051 (L/h), respectivamente. O Cmax do pulmão é de 79.49 μg/mL, seguido pelo baço com Cmax=5.66 μg/mL e rim com Cmax= 2.46 μg/mL. Quanto à AUC0- 12h, o pulmão exibe 926.7 μg∙h/mL, o baço e rim, AUC 0-12h=16.76 e 9.62 μg∙h/mL. Nossos dados evidenciam a necessidade de ajustes na formulação, concentrações ou na frequência da tomada do fármaco durante o tratamento para que a distribuição seja mais homogênea e alcance concentrações tripanocidas em todos os tecidos.
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    Avaliação de proteção heteróloga utilizando proteínas recombinantes de Leishmania braziliensis contra a Leishmaniose visceral.
    (2023) Silva, Felipe Oliveira da; Roatt, Bruno Mendes; Roatt, Bruno Mendes; Costa, Guilherme de Paula; Brito, Rory Cristiane Fortes de
    A leishmaniose visceral é considerada a forma mais grave dentre as formas clínicas das leishmanioses e até o momento não há uma vacina que possa ser empregada em campanhas de controle e profilaxia dessa doença. Por isso, se torna necessário um estudo aprofundado no ramo da vacinologia para encontrar possíveis candidatos vacinais que evidenciem imunogenicidade e eficácia. As vacinas atuais com maior potencial imunogênico têm origem de proteínas recombinantes, e sua aplicação tem demonstrado uma eficácia quando analisadas em modelos experimentais murinos. Neste contexto, as proteínas Enolase e Hipotética (rLbHyp) foram avaliadas em camundongos e demonstraram potencial imunogênico com uma baixa carga parasitária quando analisado os órgãos que mais são acometidos pela LV (baço, fígado e medula óssea). Dessa forma, ensaios em modelo hamster (Mesocricetus auratus), são indicados e podem contribuir para uma melhor avaliação destas proteínas visto que este modelo apresenta diversas características da doença quando comparados cães e humanos. O objetivo deste estudo foi então avaliar a eficácia de imunização através de uma vacina composta por proteínas recombinantes de Leishmania braziliensis contra a Leishmaniose visceral experimental em modelo hamster Mesocricetus auratus. Para isto, hamsters foram divididos em oito grupos experimentais sendo estes: animais não imunizados (CI), imunizados com saponina (Sap), proteína hipotética (Hip), proteína enolase (Eno), combinação proteína hipotética e enolase (Hip + Eno), imunizados com proteína hipotética + saponina (Vac Hip), proteína enolase + saponina (Vac Eno), e combinação proteína hipotética e enolase + saponina (Vac Hip + Eno). Os animais receberam três doses de imunização, tendo um intervalo de 21 dias entre elas. Logo após a última dose, foram esperados mais 30 dias para a realização do desafio experimental, sendo um inóculo de 2x107 promastigotas de L. infantum pela via intraperitoneal. Logo após, esperou-se 60 dias para realizar a eutanásia desses animais e amostras de sangue, soro, fragmentos do baço foram obtidos para a realização de diferentes análises laboratoriais através de análises hematológicas, imunológicas e parasitológicas. Em relação aos parâmetros hematológicos, leucograma, eritograma e plaquetas, foram observados padrões normais, principalmente nos grupos imunizados com as composições vacinais completas (Vac Hip, Vac Eno e Vac Hip+Eno). A resposta celular nos mostrou uma elevação nas células CD4+ produtoras das citocinas IFN- e TNF e uma redução nos níveis de IL-10 nos grupos imunizados. A análise macroscópica do baço demonstrou uma esplenomegalia nos grupos CI e Sap comparados aos outros grupos experimentais. Estes resultados foram associados aos dados de carga parasitária onde observamos uma redução do parasitismo hepato-esplênicos principalmente nos grupos com as composições vacinais completas. Em vista disso, os resultados apresentados demonstram uma imunogenicidade importante desencadeada principalmente nos grupos imunizados com as composições vacinais completas, mostrando a relevância vacinal das duas proteínas em um modelo de susceptibilidade na LV.
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    A influência da restrição alimentar severa sobre o comportamento e perfil glico-oxidativo de ratos Wistar.
    (2023) Rodrigues, Lucas Viana; Silva, Fernanda Cacilda dos Santos; Gomes, Sílvia de Paula; Chianca Júnior, Deoclécio Alves; Silva, Fernanda Cacilda dos Santos; Gomes, Sílvia de Paula; Noronha, Sylvana Izaura Salyba Rendeiro de; Queiroz, Thyago Moreira de
    A restrição alimentar (RA), definida como uma limitação na quantidade de calorias consumidas por um indivíduo, quando severa, provoca déficits nutricionais, metabólicos e comportamentais. Estudos experimentais demonstraram comportamento relacionado à ansiedade em ratas submetidas à RA severa. Além disso, dados da literatura apontaram relação entre danos oxidativos no cérebro (e.g.: na amígdala e no hipocampo), comprometimento do sistema nervoso e aumento dos níveis de ansiedade. Neste estudo, avaliamos os efeitos da restrição alimentar severa, por 14 dias, sobre o comportamento e perfil glico-oxidativo de ratos Wistar. Aos 90 dias de vida, os ratos foram submetidos a uma avaliação alimentar por 14 dias para determinação da média alimentar diária. Posteriormente, foram divididos em grupo controle (GC) e restrito (GR; que recebeu 40% da dieta do GC), e submetidos à 14 dias de protocolo nutricional, seguidos da realização dos testes comportamentais de labirinto em cruz elevado (LCE), caixa claro/escuro (CE) e campo aberto (CA) para avaliação do comportamento do tipo ansiedade e atividade locomotora. Após os testes comportamentais, foram eutanasiados para coleta do plasma, órgãos e tecidos destinados as análises biométricas, metabólicas e de estresse oxidativo. Neste estudo, a RAS promoveu alterações biométricas e metabólicas (i.e.: redução da massa corporal, das massas do fígado e dos tecidos adiposos brancos, e da concentração plasmática de triacilglicerol), mas não alterou a homeostase redox na amígdala e hipocampo. Ademais, aumentou o tempo de permanência e o número de entradas nos braços abertos do LCE e reduziu o tempo de permanência nos braços fechados deste aparato. Também elevou o tempo de tomada de decisão e reduziu o tempo no escuro na caixa claro/escuro, indicando um aumento do comportamento exploratório – respostas sugestivas da busca por alimento, cuja motivação de suprir uma necessidade vital potencialmente superou a ansiedade gerada no aparato. Estes achados, contrários aos dados da literatura obtidos em ratas, sugerem um possível dimorfismo sexual na resposta neurobiológica comportamental à RAS e fomenta um novo direcionamento para futuras pesquisas acerca da neurobiologia dos comportamentos relacionados à ansiedade nos contextos de restrição alimentar. Palavras-chave: restrição alimentar severa, comportamento, estresse oxidativo, labirinto em cruz elevado, caixa claro-escuro.
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    Avaliação do uso de proteína quimérica associada a miltefosina como estratégia de imunoquimioterapia para o tratamento da leishmaniose visceral em modelo hamster Mesocricetus auratus.
    (2023) Gonçalves, Letícia Captein; Roatt, Bruno Mendes; Cardoso, Jamille Mirelle de Oliveira; Roatt, Bruno Mendes; Cardoso, Jamille Mirelle de Oliveira; Duarte, Mariana Costa; Barbosa, Maria Andréa
    A leishmaniose visceral (LV) é classificada como a doença mais severa entre as leishmanioses. Como medidas de controle da doença, o Ministério da Saúde preconiza a administração de tratamento precoce, no entanto, a elevada toxicidade e os custos elevados dos fármacos utilizados constituem fatores limitantes, resultando em taxas significativas de interrupção do tratamento e contribuindo para a formação de cepas resistentes aos medicamentos, elevando a taxa de letalidade da LV. Dessa forma, faz-se necessário novas estratégias para o combate à doença. Dentre essas estratégias destaca-se a imunoquimioterapia, que se caracteriza pela combinação de substâncias biológicas que modulam e ativam a resposta imune em conjunto com substâncias quimioterápicas, reduzindo a toxicidade, a duração do tratamento e os custos associados aos medicamentos. Diante disso, propomos, por meio deste estudo, a comparação de distintos regimes de imunoquimioterapia, usando a associação de proteínas quiméricas associadas ao adjuvante MPL e miltefosina, sob a forma de terapia seriada e isolada, empregando infecção experimental por L. infantum em hamsters Mesocricetus auratus; Foram divididos 9 grupos (i) CI; (ii) Milt14; (iii) Milt28; (iv) MPL Iso; (v) Qui-a MPL Iso; (vi) Qui-a MPL + Milt14 Iso; (vii) MPL S; (viii) Qui-a MPL S; (ix) Qui-a MPL + Milt14 S; Foi realizado a infecção pela via intraperitoneal com 5x107 promastigotas de L. infantum. Se deu início aos regimes de tratamento 60 dias após a infecção, e os animais foram eutanasiados 30 e 90 dias finalizados os tratamentos. Durante esse procedimento, foram coletados fragmentos do baço e fígado, bem como amostras de sangue e soro. Foi observado em relação às análises hematológicas por meio de contagem diferencial, um aumento nos leucócitos nos animais tratados, tanto de forma seriada quanto isolada. Do mesmo modo, foi observado um aumento na produção de IFN-γ e TNF por linfócitos esplênicos totais e CD4+ , nos animais tratados de forma isolada 30 dias pós finalizados o tratamento, já no tempo 90 este aumento foi mais evidente nos grupos tratados de forma seriada, bem como uma redução da interleucina IL-10, estimulando uma resposta celular capaz de controlar o parasitismo tecidual esplênico nestes animais tratados em protocolos isolado ou seriado com a quimera associada ou não ao miltefosina. Sendo a combinação Qui-a MPL + Milt14 S se destaca como uma estratégia promissora a ser utilizada para o tratamento da LV.
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    Avaliação dos efeitos da exposição à fumaça de cigarro e ao aerossol de cigarro eletrônico em camundongos adultos C57BL/6.
    (2022) Rodriguez Herrera, Andrea Jazel; Bezerra, Frank Silva; Bezerra, Frank Silva; Nogueira, Katiane de Oliveira Pinto Coelho; Nagato, Akinori Cardozo
    O tabagismo é o responsável pela morte de 8 milhões de pessoas por ano, e é a causa de aproximadamente 50 doenças, incluindo câncer, doenças respiratórias crônicas e cardiovasculares. Os cigarros eletrônicos, surgiram como uma alternativa ao tabagismo, mas as consequências do uso a longo prazo ainda não estão claras. O objetivo deste estudo foi avaliar um modelo crônico de exposição à fumaça de cigarro e ao aerossol de cigarro eletrônico em camundongos C57BL/6 machos e fêmeas. Foram utilizados 48 camundongos com idade entre 8 e 10 semanas, que foram divididos em 6 grupos (n=8): controle fêmeas (GCF), cigarro convencional fêmeas (GCCF), cigarro eletrônico fêmeas (GCEF), controle machos (GCM), cigarro convencional machos (GCCM) e cigarro eletrônico machos (GCEM). Os animais dos grupos GCCF e GCCM foram expostos à fumaça de cigarro convencional (FC) (12 cigarros por dia) durante 60 dias. Os grupos GCEF e GCEM foram expostos ao aerossol do cigarro eletrônico (ACE) durante 60 dias (12 ciclos de exposição com 20 puffs/cada ciclo). Ao final das exposições, os animais foram mantidos por 60 dias sem exposição. 24 horas após o protocolo experimental, os parâmetros ventilatórios foram mensurados e coletados e os animais foram eutanasiados, e coletados o sangue, o lavado broncoalveolar e os pulmões para análise morfométrica e bioquímica. Os animais do grupo GCEF apresentaram maior frequência respiratória e volume minuto em comparação com o GCF. Nos machos, GCCM e GCEM apresentaram maior volume corrente e volume minuto comparado com o GCM. No sangue periférico, GCCF foi observado maior número de linfócitos, monócitos e neutrófilos em comparação com o GCF. A exposição ao ACE aumentou o número de monócitos e neutrófilos. A exposição à FC e ao ACE promoveram recrutamentos de macrófagos, neutrófilos e linfócitos para as vias aéreas inferiores e promoveu maior peroxidação lipídica e oxidação de proteínas em comparação ao controle em machos e fêmeas. No homogenato pulmonar GCEF e GCEM mostraram maior concentração de proteínas comparado com o controle. A atividade de superóxido dismutase (SOD) foi maior no GCCF em comparação com o controle. Nos machos, a atividade de SOD foi menor no GCEM comparado com GCM e GCCM. Além disso, a atividade de catalase foi menor GCEM em comparação com GCM e GCCM. A expressão da metaloproteinase 2 (MMP-2) foi maior em GCCF comparado com o GCF. Houve maior densidade de volume de espaço aéreo alveolar (Vv [a]) e intercepto linear médio (Lm) no GCEF comparado com o GCF. Nos machos, GCCM e GCEM apresentaram maior Vv[a] e Lm em comparação com GCM. Os resultados mostraram que a FC e ACE provocaram em camundongos C57BL/6 de ambos os sexos danos no pulmão confirmados pelas alterações no parênquima pulmonar e parâmetros ventilatórios, através do recrutamento de células inflamatórias e desequilíbrio redox, desenvolvendo uma condição patológica semelhante à enfisema pulmonar.
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    Efeitos do desafio ao frio sobre a expressão de melanopsina, canais TRP e peptídeos natriuréticos no coração de camundongos.
    (2023) Resende, Letícia Teresinha; Isoldi, Mauro César; Isoldi, Mauro César; Noronha, Sylvana Izaura Salyba Rendeiro de; Natali, Antônio José
    A melanopsina (OPN4) é uma opsina fotorreceptora e termorreceptora em mamíferos. Vários órgãos e tecidos expressam essa molécula, tal como o coração, um órgão que não recebe luz, e possui uma alta expressão de OPN4. Essa molécula recruta a abertura dos canais de potencial receptor transitório (TRPs). De acordo com nossa hipótese, a melanopsina e os canais TRP expressos no coração monitorariam e interpretariam a variação de temperatura interna, por meio do fluxo sanguíneo advindo da periferia e do trato respiratório. Como resposta a esse mecanismo, promoveria a expressão de alguns de seus principais hormônios peptídeos natriuréticos (NPs): ANP e BNP. Essa variação implicaria em ajustes do seu próprio metabolismo e de outros tecidos. Portanto, o presente estudo objetiva avaliar por PCR quantitativo os efeitos da exposição ao frio e da ausência do canal TRPA1 sobre a expressão gênica de Opn4, Trpv1, Trpa1, Trpm8, Nppa e Nppb em átrios e ventrículos de camundongos machos adultos C57BL/6J tipo selvagem (WT) e nocaute para Trpa1 (TrpA1 KO). Os animais foram divididos em 4 grupos experimentais, expostos às temperaturas de 30°C e 22°C. Os resultados de PCR quantitativo indicaram uma maior expressão de Opn4 nos átrios do que nos ventrículos a 30oC, nos grupos WT e TrpA1 KO. Além disso, houve diferença significativa entre os átrios e entre os ventrículos a 30oC e 22oC em animais WT e TrpA1 KO. Quanto aos canais TRP, o gene Trpv1 não apresentou valores significativos entre os grupos. Trpa1 indicou maior expressão em átrios e ventrículos a 22oC. Para Trpm8 houve diferença significativa entre átrio e ventrículo de TrpA1 KO a 30oC e entre os ventrículos, tanto para temperaturas, como para os genótipos, exceto para o grupo WT a 22oC. Quanto aos NPs, o gene Nppa foi mais expresso em ventrículos. Além disso, teve maior expressão nos átrios de TrpA1 KO a 30oC do que a 22oC. Por fim, Nppb indicou maior expressão nos ventrículos do grupo WT a 30oC do que a 22oC e maior expressão nos átrios do que nos ventrículos do grupo WT a 22oC. Dessa forma, concluímos que a OPN4 e os canais TRP possam estar atuando como moléculas mediadoras na termorrecepção no coração e que a variação interna de temperatura influencia a expressão dos NPs nos átrios e ventrículos.
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    Fatores associados à perda funcional em pacientes infectados com Sars-Cov-2 no município de Ouro Preto.
    (2023) Oliveira, Taciana de; Vital, Wendel Coura; Reis, Alexandre Barbosa; Vital, Wendel Coura; Reis, Alexandre Barbosa; Grenfell, Rafaella Fortini Queiroz; Souza, Gabriela Guerra Leal de
    Os efeitos da covid-19 não se restringem somente à fase aguda, sendo comumente relatadas ocorrências de complicações após a cura da infecção. Esta situação é denominada covid-19 Longa. Após a introdução da vacinação contra o SARS-COV-2, o principal problema da covid- 19 são as complicações pós-covid, dentre elas àquelas associadas à necessidade de reabilitação física. Considerando que esta complicação tem grande impacto na qualidade de vida, nosso objetivo foi investigar os fatores associados à necessidade de reabilitação após infecção pelo SARS-CoV-2. Para isso, foi realizado um estudo transversal, envolvendo os pacientes do ambulatório pós-covid do município de Ouro Preto e em uma amostra aleatória da população que teve covid-19. A partir deste transversal foi realizado um estudo caso-controle, onde os casos foram compostos por usuários atendidos no ambulatório que passaram por reabilitação, e os controles foram os moradores do município que tiveram covid-19 e não precisaram de reabilitação. Foi aplicado questionário aos participantes e para investigar fatores associados à reabilitação foi realizada a regressão multivariada de Poisson. Também foi utilizado o modelo de Poisson a partir de modelos teóricos de causalidade, baseado em Gráfico Acíclico Direcionados (DAG), para orientar e estimar o efeito da situação vacinal e a sarcopenia na necessidade de reabilitação. Foram coletadas informações de 99 pacientes do ambulatório e 230 pessoas da população no período de julho de 2022 a junho de 2023. Foi observado que a administração de 3 ou mais doses de vacina reduziu o risco da necessidade de reabilitação (IRR 0,4); já a necessidade de hospitalização durante a fase aguda (IRR 2,0); idade superior a 60 anos (IRR 2,8) e ocorrência de sintomas musculoesqueléticos (IRR 2,5) aumentam o risco da necessitar de reabilitação. Através do DAG foi observado que existe associação causal entre a situação vacinal (IRR 0.2) e a sarcopenia (IRR 1,5) na necessidade de reabilitação. Também observou-se que a presença de comorbidade (IRR 2,5) aumenta o risco de a pessoa necessitar de reabilitação. É importante que o serviço de saúde esteja preparado para a reabilitação de pacientes no pós-covid, principalmente aqueles hospitalizados e pacientes em idade mais avançada. Nossos resultados reforçam a importância da vacinação na redução das sequelas da covid-19 e a necessidade de maior atenção às pessoas idosas e com comorbidades prévias, bem como aos pacientes que estiveram internados e que tiveram sintomas muscoluesqueléticos no pós-covid.
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    O papel de CD40 expresso nos macrófagos com ênfase na infecção por Leishmania amazonensis – revisão.
    (2022) Oliveira, Suzy Carvalho; Afonso, Luís Carlos Crocco; Afonso, Luís Carlos Crocco; Figueiredo, Amanda Braga de; Amaral, Joana Ferreira do
    A Leishmania é o parasita que causa a doença conhecida como leishmaniose. A doença afeta as vísceras ou o tegumento, e apresenta sintomas de leves a graves, a depender da espécie transmissora. Nosso laboratório, nos últimos anos, investigou a resposta imune decorrente de infecções por Leishmania. Os resultados obtidos revelaram que L. amazonensis, quando comparada a outras espécies, apresenta resposta imune diferenciada, caracterizada pelo sucesso do parasita em resistir as respostas imunológicas do hospedeiro. Estudos realizados em células dendríticas mostraram que a infecção por L. amazonensis reduziu a expressão do receptor CD40 associada ao aumento na expressão da ectonucleotidase CD39 e 5’- nucleotidase CD73, responsáveis por hidrolisar ATP extracelular em ADP, AMP e adenosina, ocasionando a supressão imunológica. O CD40, expresso nos macrófagos, ao interagir com o ligante CD40L irá estimular os linfócitos T CD4+ a produzir IFN-y, responsável por ativar o macrófago para que este produza NO e destrua o patógeno fagocitado. Macrófagos ativados por IFN-y ativam o receptor purinérgico P2X7 e induzem a liberação de ATP. O ATP extracelular é hidrolisado pelas enzimas CD39 e CD73, que são altamente expressas durante a infecção por L. amazonensis. A adenosina gerada nesse processo leva a imunossupressão. Diante disso, propusemos realizar uma revisão da literatura que visa o papel da expressão de CD40 nos macrófagos com ênfase na infecção por Leishmania amazonensis. Ao fim, foi apresentado um modelo hipotético de possíveis mecanismos de evasão que a L. amazonensis utiliza para obter sucesso na infecção.
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    Seleção de potenciais peptídeos para o diagnóstico sorológico da leishmaniose visceral canina por imunoinformática.
    (2021) Maia, Rodrigo da Costa; Reis, Alexandre Barbosa; Brito, Rory Cristiane Fortes de; Reis, Alexandre Barbosa; Brito, Rory Cristiane Fortes de; Guimarães, Ana Carolina Ramos; Moreira, Leandro Marcio
    A Leishmaniose Visceral é uma doença negligenciada, com ampla distribuição geográfica, comportamentos ecoepidemiológicos distintos (zoonótica ou antropoótica) e potencialmente fatal quando não tratada. Nas Américas, assim como em parte da Europa apresenta um comportamento zoonótico ou antropozoonótico tendo o cão como principal reservatório do parasito (Leishmania (L.) infantum e seu diagnóstico, no entanto, apresenta limitações principalmente com relação a especificidade e ou sensibilidade dos testes sorológicos utilizados, como é o caso do programa de controle da Leishmaniose Visceral Canina (LVC), executado no Brasil. A fim de contribuir na busca por componentes que possam refinar as técnicas de diagnóstico sorológico, no presente estudo, foram selecionados e avaliados o potencial de peptídeos para serem empregados no imunodiagnóstico da LVC. Para isso, foram selecionados e avaliados, a partir de um banco de dados relacional, peptídeos quanto a: escores em algoritmos de predição de epítopos para células B (BepiPred, BCPred12 e AAP12), função biológica das proteínas as quais esses peptídeos pertenciam por meio de redes de interação proteína-proteína, similaridade, por meio do BLASTp, além de Atracagem (CABSdock) e Dinâmica Molecular (GROMACS). Após isso, foi otimizada e padronizada a técnica de ELISA empregando os peptídeos selecionados. Para tal, foram testadas duas concentrações de peptídeos (0,25 e 0,5μg) assim como três diluições de amostra (1:200;1:400 e 1:600) e as seguintes diluições do conjugado IgG de cão (1:16.000;1:20.000 e 1:24.000). Como resultados, foram selecionados dez peptídeos a partir do banco de dados relacional, todos com escores maiores que 0,5 para todos os algoritmos de predição além de não serem componentes de proteínas intracelulares do parasito. A similaridade entre outras espécies do mesmo gênero foi consideravelmente alta, no entanto para parasitos de outros gêneros os peptídeos em sua maioria mostraram-se com baixa similaridade. Quanto a atracagem, somente dois peptídeos foram classificados como bons modelos em se tratando a qualidade, enquanto os outros oito se enquadraram como ótimos modelos. Durante a simulação de dinâmica molecular observamos valores relativamente altos de Root-Mean-Square Deviation of Atomic Positions RMSD para todos os peptídeos. Na padronização de ELISA foi possível observar que as melhores condições para as avaliações das amostras individualmente, foram as que empregaram a concentração de 0,25 μg dos peptídeos e em diluição plasmática de 1:600 e do conjugado de 1:16.000, respectivamente, mostraram a capacidade dos peptídeos em diferenciar em no mínimo 3 vezes amostras de cães infectados por L. infantum e não infectados. Em suma a seleção dos peptídeos a partir de parâmetros obtidos por bioinformática se mostrou promissora visto o potencial dos peptídeos selecionados, que se apresentavam potenciais para sua utilização futura em teste diagnóstico sorológico de alto desempenho. Neste sentido este trabalho abre perspectivas para prosseguir com estes testes de validação dos antígenos em bancos de soros que possuem diversos perfis de amostras de cães naturalmente infectados, portadores de diferentes manifestações clínicas, cargas parasitárias, antes e após tratamento e intervenção vacinal, ampliando assim as perspectivas de avanços biotecnológicos no campo do diagnóstico sorológico para leishmaniose visceral em especial para LVC.
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    Ativação comparativa in vitro de vias sinalizadoras em resposta a infecção por Dengue 2, Zika e Febre amarela virus em células murinas.
    (2023) Pineda Arrieta, Orlando Alfredo; Silva, Breno de Mello; Silva, Breno de Mello; Isoldi, Mauro César; Nogueira, Maurício Lacerda
    Os arbovírus são um conjunto de agentes infecciosos transmitidos por artrópodes, sendo os Flavivirus Dengue virus (DENV), Zika virus (ZIKV) e Yellow fever virus (YFV) um grande problema para a saúde pública. Na infecção celular por esses vírus, a ativação de vias de sinalização e a transdução de sinais desempenham funções essenciais na patogênese e fisiopatologia da doença, e a complexidade dos mecanismos moleculares da célula em resposta à infecção por agentes virais destaca a necessidade de compreender a bioquímica intracelular em diferentes modelos. O objetivo deste trabalho foi avaliar comparativamente a ativação das vias de sinalização NR-F2, NF-κB e AP-1 em resposta à infecção por DENV 2, ZIKV e YFV, bem como a geração de ROS e a expressão de proteínas antioxidantes, pró-inflamatórias e peroxidação lipídica (TBARS) em células murinas J774, em diferentes momentos, com um M.O.I de 5. Além disso, identificar a via de sinalização que tem mais atividade transcricional para ativar o promotor da Interleucina 6. Para isso, células J774 foram transfectadas com um conjunto de plasmídeos contendo elementos de ligação para o fator de transcrição NRF2, NF-κB e AP-1 na região promotora, e que codificam o gene luciferase, além de um plasmídeo que codifica para outro tipo de luciferase de forma constitutiva como controle de transfecção, o pRL-TK. Adicionalmente, células J774 foram transfectadas com plasmídeos contendo 651 pb da região promotora do gene da interleucina 6 com e sem modificações para a ligação dos fatores de transcrição NF-κB e AP-1. Nossos resultados mostram que os três vírus aumentaram a geração de ROS e diminuíram a atividade transcricional de NRF2, bem como a expressão das enzimas antioxidantes SOD e CAT. Ainda, houve aumento de marcadores de danos, tais como TBARS. Assim como um aumento na atividade transcricional das vias de sinalização NF-κB e AP-1, e um aumento na expressão das citocinas pró-inflamatórias TNF e IL-6. Embora mais estudos complementares sejam necessários, nossos resultados sugerem que, neste modelo de estudo, a via NF-κB é indispensável para gerar IL-6 em células J774 infectadas com DENV 2 e YFV. Já nas células infectadas com ZIKV, a expressão de IL-6 depende tanto da via de NF-κB como de AP-1.
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    Avaliação da atividade anti-Trypanosoma cruzi do benznidazol veiculado em nanopartículas de carbonato de cálcio.
    (2018) Faria, Gilson; Bahia, Maria Terezinha; Caldas, Sérgio; Bahia, Maria Terezinha; Machado, Evandro Marques de Menezes; Diniz, Lívia de Figueiredo
    A doença de Chagas é uma enfermidade causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, o qual pode ser transmitido pelas vias vetorial, oral, congênita, transfusional, dentre outras. Estima- se que cerca de sete milhões de pessoas estejam infectadas no mundo, a maioria na América Latina. O benznidazol (Bz) é o fármaco de escolha, mas provoca sérios efeitos adversos e é menos efetivo nas infecções crônicas. Nanopartículas de carbonato de cálcio (CaCO3) têm se mostrado promissoras, em diversos estudos realizados com patógenos intracelulares. Este estudo teve por objetivo avaliar a atividade tripanocida do Bz veiculado em nanopartículas de CaCO3 contra a cepa Colombiana de T. cruzi, a qual é 100% resistente a este fármaco . As nanopartículas foram sintetizadas e conjugadas com Bz, em cuja preparação foi observado um padrão polidisperso com tamanho médio predominante de ~200 nm. Não foi observada toxicidade em células de mamífero para concentrações de Bz livre ou conjugado às nanopartículas (NanoBz), em concentrações menores ou iguais a 100 g/mL, sendo a concentração inibitória de 50% (IC50) do crescimento celular, em conteúdo de Bz, maior que 100 μg/mL para Bz livre e NanoBz, correspondendo a 600 μg/mL das nanopartículas vazias (Nano0). Com relação à atividade anti-epimastigota in vitro, as NanoBz levaram cerca de 6 dias para induzir taxa de mortalidade semelhante à induzida pelo Bz livre em 48 h. Por outro lado, os testes com amastigotas demonstraram percentual de inibição (PI%) maior que 90% em ambos Bz livre e NanoBz, para as concentrações de Bz correspondentes a até 25 μg/mL, sendo que nas concentrações de 12,5 μg/mL a 3,125 μg/mL foi observada uma tendência das NanoBz induzirem PI% ligeiramente superiores ao Bz livre. Nos ensaios in vivo com camundongos Swiss, os tratamentos foram iniciados aos 10 dias de infecção, sendo administrado o Bz livre, conjugado às nanopartículas, ou associado (livre + conjugado) pelas via oral e intravenosa, em 23 doses intermitentes distribuídas em 50 dias, comparativamente ao esquema clássico oral por 20 dias. As Nano0 não alteraram a evolução da infecção, sendo a curva de parasitemia semelhante ao controle não tratado. As injeções isoladas de Bz livre ou NanoBz não foram capazes de induzir a total supressão da parasitemia durante os tratamentos. Contudo, induziram curvas de parasitemia com picos ~2 e 3 logs, respectivamente, menores que as dos animais-controle. O acompanhamento do peso e a ausência de mortalidade nos grupos tratados sugeriu ausência de toxicidade das nanopartículas; observou-se alta taxa de mortalidade entre os animais não tratados (66,7%). O controle de cura (exame de sange a fresco antes e após imunossupressão e PCR sanguínea e tecidual) demonstrou alta resistência parasitária ao tratamento intravenoso isolado com Bz livre ou NanoBz, provavelmente devido ao baixo teor de Bz (10 mg/kg), resultando em taxas de cura de 0% e 13,7% respectivamente. Por outro lado, as NanoBz associadas ao Bz oral no tratamento intermitente prolongado, mostraram a mais alta taxa de cura (66,7%) e mantiveram os níveis de parasitismo mais baixos. Os níveis de parasitismo cardíaco observados nos animais tratados com Bz livre por via intravenosa, na dose de 10 mg/kg, foram superiores aos dos camundongos tratados com NanoBz, com conteúdo de Bz equivalente, sendo constatada cura em 16,6% destes animais e nenhuma morte; no grupo Bz livre intravenoso, por sua vez, contabilizaram-se 33,3% de óbitos. Assim, conclui-se que a conjugação do Bz com nanopartículas de CaCO3 mostra-se como uma estratégia promissora para potencializar a liberação do Bz no interior das células infectadas, contrapondo-se à baixa permeabilidade tecidual deste fármaco.
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    Aperfeiçoamento de nanobiossensor plasmônico para diágnostico direto de flavivirus.
    (2023) Santos, Samara Mayra Soares Alves dos; Silva, Breno de Mello; Ferreira, Cyntia Silva; Silva, Breno de Mello; Ferreira, Cyntia Silva; Andrade, Lídia Maria de; Cardoso, Marcus Vinícius Cangussu
    As doenças humanas associadas aos flavivirus causam crescente morbidade e mortalidade em todo o mundo. Essas doenças têm se espalhado consideravelmente nos últimos anos, e alguns fatores dificultam seu diagnóstico, tais como a reatividade antigênica cruzada, combinada com sintomas similares entre as infecções causadas por vírus pertencentes a essa família, a co- circulação de diferentes flavivirus e pouco acesso a ferramentas avançadas de diagnóstico laboratorial. As metodologias para diagnóstico de tais vírus passam por contínuas mudanças, de forma a aprimorar alguns parâmetros tais como sensibilidade, especificidade, baixo custo e acessibilidade. Nesse contexto, a Nanotecnologia vem ganhando espaço considerável para o aprimoramento de tais métodos, contando com uma ampla gama de nanomateriais disponíveis com propriedades particulares e vantajosas. Para esse trabalho, foi desenvolvido um biossensor por meio da ressonância plasmônica de superfície localizada (LSPR) utilizando nanobastões de ouro funcionalizados à polietilenoimina 0,3% e à 0,3 μg/mL de anticorpos anti-flavivirus D1- 4G2-4- 15/ATCC® HB-112TM. Tal biossensor foi testado com diferentes concentrações de vírus (106 , 105 , 104 , 103 e 102 ) expressas em UFP/mL. Foram usados como controle positivo o Dengue virus e o Zika virus (ambos pertencentes ao gênero flavivirus) e como controles negativos o Mayaro virus e o Chikungunya virus (ambos do genêro Alphavirus). O biossensor foi capaz de detectar os vírus de interesse em todas as concentrações analisadas. Foi utilizado o Teste t de student para análises de duas varáveis e o Teste one-way Anova juntamente com a análise Sidak’s para comparar múltiplas variáveis. Os dados foram normalizados usando o software GraphPad Prism versão 8.0. Com base nos dados obtidos observa-se que o biossensor conseguiu detectar e diferenciar os vírus do gênero flavivirus na faixa de concentração entre 106 e 102 UFP/mL.
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    Avaliação de biomarcadores inflamatórios no pós-covid.
    (2022) Alves, Janine Dias; Garcia, Camila Carrião Machado; Garcia, Camila Carrião Machado; Augusto, Valéria Maria; Vital, Wendel Coura
    O mundo vem enfrentando desde março de 2020 uma das maiores pandemias de sua história, a COVID-19. Sua manifestação mais importante é uma síndrome respiratória aguda grave com alterações pulmonares e extrapulmonares, causadas pelo novo coronavírus, o SARS-CoV-2. Este vírus foi detectado pela primeira vez no fim de 2019, na China e, desde então, já infectou mais de 330 milhões de pessoas pelo mundo todo. A mortalidade da doença alcança em torno de 3,6% nos casos leves e 40% nos casos graves, hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva. A COVID-19 é considerada uma doença inflamatória sistêmica, sendo essencial o estabelecimento de biomarcadores para definir, não só a gravidade da doença na fase aguda, mas também, no seguimento de pacientes após a COVID-19, já que muitos deles, que sobrevivem à doença apresentam sequelas a curto e a longo prazo. Nesse sentido, a partir da análise de prontuários médicos de 100 pacientes adultos diagnosticados com COVID-19, 64 mulheres e 36 homens. Fez-se uma análise detalhada de marcadores bioquímicos e sintomatologias pós-COVID até três e com seis meses após o diagnóstico do COVID. Analisou-se as correlações entre comorbidades versus biomarcadores inflamatórios e versus Síndrome pós-COVID; biomarcadores inflamatórios versus internação e a Síndrome pós-COVID. Os dados do trabalho foram computados antes do advento das vacinas, com provavelmente a onda Alfa e Beta do vírus. Os biomarcadores DHL, GGT, AST/ALT, PCR, Dímero-D e Homocisteína mostraram-se promissores para seguimento e prognóstico dos pacientes com Síndrome pós-COVID. Assim, nossos dados contribuem para o entendimento da persistência de sintomas do COVID-19, com estabelecimento de possíveis marcadores, que orientem o tratamento e/ou condutas clínicas e que permitam minimizar as consequências após a infecção.
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    Estudo da ingestão de soluções doces ou contendo carboidrato em ratos Wistar privados de água.
    (2021) Bento, Renata Cristina Queiroz Silva; Cardoso, Leonardo Máximo; Oliveira, Lisandra Brandino de; Cardoso, Leonardo Máximo; Oliveira, Lisandra Brandino de; Oliveira, André Henrique Freiria de; Alzamora, Andréia Carvalho
    A angiotensina II (ANG II) está envolvida com diferentes funções no organismo, dentre elas, os comportamentos ingestivos, como a sede, o apetite ao sal, a ingestão de alimento e, recentemente, à ingestão de sacarose. A privação hídrica, situação que pode ocorrer naturalmente, também pode ser induzida e é um protocolo que leva ao aumento endógeno da ANG II. Contudo, a literatura ainda carece de estudos que demonstrem o envolvimento da ANG II na ingestão de soluções adocicadas ou carboidratadas induzidas por privação hídrica. Portanto, o objetivo deste trabalho foi investigar os efeitos da privação hídrica de 24 horas na ingestão de soluções a base de carboidratos ou adocicadas, e se este efeito seria dependente dos receptores da ANG II. Para isso, ratos Wistar machos (280 – 320g) foram submetidos a três protocolos: 1) teste de preferência de duas buretas; 2) efeito da privação hídrica de 24 horas na ingestão das soluções, 2h após oferta de água (reidratação parcial); 3) participação dos receptores AT1 e AT2 da ANG II na ingestão das soluções que foi alterada com a privação. Para a realização do terceiro protocolo os animais, primeiramente, receberam implante de cânula direcionada ao ventrículo lateral (cirurgia estereotáxica), para então, no dia do experimento receberem a injeção central de: Losartana (50 nmol/μL – LOS, antagonista do receptor AT1), PD 123319 (30 nmol/μL – PD, antagonista do receptor AT2) ou veículo (PBS, 1 l). Os resultados foram expressos como média e erro padrão da média. Para analisar a preferência, foi utilizado o teste t student. Para a ingestão ao longo do tempo, foi utilizada a análise de variância (ANOVA) two-way, seguida do pós-teste Fisher’s LSD. As diferenças foram consideradas significativas quando p < 0,05. Todas os animais apresentaram maior preferência para as soluções quando comparadas à água, sendo a preferência média dos 6 dias para sacarose 75,7%, frutose 70,5%, glicose 64,7%, sacarina 78,9% e maltodextrina 83,0%. A privação hídrica de 24 horas, como esperado, induziu a ingestão de água. Além disso, 2 horas após a oferta da água (reidratação parcial), foi observado um aumento nas ingestões de sacarose (privado: 7,0±0,6 mL/240min vs não privado 2,9±1,1 mL/240 min), frutose (privado: 2,3±0,3 mL/240min vs não privado: 1,0±0,2 mL/240 min) e sacarina (privado: 6,3±0,8 mL/240min vs não privado 3,3±0,7 mL/240 min). Nos primeiros 15 minutos do teste de ingestão, PD 123319, mas não losartana, reduziu a ingestão de sacarose (p = 0,038). Os antagonistas angiotensinérgicos não afetaram as ingestões de frutose ou sacarina induzidas por privação hídrica. Conclui-se que embora os animais apresentem maior preferência, em relação a água, para todas as soluções estudadas, a privação hídrica de 24 horas, após o período de reidratação parcial, induziu apenas as ingestões de sacarose, frutose e sacarina, sendo que a ingestão de sacarose, mas não frutose ou sacarina, é dependente, ao menos parcialmente, da ativação dos receptores AT2 da ANG II.
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    Efeito da doxiciclina na melhora cognitiva de animais com sepse polimicrobiana : papel da metaloproteinase cerebral na regulação das vias neuro inflamatórias e oxidativas.
    (2023) Castro, Maria Laura da Cruz; Costa, Daniela Caldeira; Calsavara, Allan Jefferson Cruz; Costa, Daniela Caldeira; Calsavara, Allan Jefferson Cruz; Barichello, Tatiana; Santos, Orlando David Henrique dos; Gomes, Sílvia de Paula
    Indivíduos que sobrevivem à sepse podem apresentar sequelas neurológicas com diminuição da função cognitiva. Um dos mecanismos responsáveis por esta diminuição da função cognitiva é o aumento da atividade das metaloproteinases da matriz (MMPs). A doxiciclina é um antibiótico da classe das tetraciclinas e um potente inibidor de MMPs. Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da doxiciclina (um inibidor de MMPs) na possível melhora cognitiva de camundongos com sepse polimicrobiana e os seus mecanismos subjacentes. Foram utilizados 183 camundongos isogênicos C57BL/6 machos, com 8 a 12 semanas de idade distribuídos em cinco grupos: Grupo 1: animais submetidos à cirurgia branca e tratados com soro fisiológico 0,9% (SHAM) (n=27); Grupo 2: animais submetidos à cirurgia de ligadura e perfuração do ceco (CLP) e tratados com soro fisiológico 0,9% (n=49); Grupo 3: CLP tratados com doxiciclina (20 mg/kg/dia) (DOX20) (n=38); Grupo 4: CLP tratados com doxiciclina (40 mg/kg/dia) (DOX40) (n=32); Grupo 5: CLP tratados com ceftriaxona (400 mg/kg/dia) (CTX) (n=37). Os tratamentos foram realizados por meio de uma injeção subcutânea diária durante o período de cinco dias. No quarto dia de tratamento os animais foram submetidos aos testes cognitivos. O tratamento com a doxiciclina foi capaz de reduzir os níveis de TNF e VEGF no córtex cerebral, inibir MMP-9, melhorar o perfil redox, por meio do aumento da atividade de SOD e catalase e diminuição do dano oxidativo lipídico, além de aumentar os níveis de BDNF no hipocampo e melhorar a cognição dos animais. Além disso, a doxiciclina interagiu de maneira mais efetiva com a MMP-9 do que a ceftriaxona no estudo de modelagem molecular. Portanto, nossos resultados sugerem que a doxiciclina por meio da sua capacidade de inibir MMPs e dos seus mecanismos imunomoduladores e antioxidantes é um potencial fármaco para o tratamento do déficit cognitivo em indivíduos que sobrevivem à sepse.
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    O modelo de depressão da bulbectomia olfatória em ratos Wistar induz alterações na expressão de receptores purinérgicos em córtex frontal : um estudo exploratório.
    (2022) Oliveira, Daniela Vieira de; Almeida, Roberto Farina de; Menezes, Rodrigo Cunha Alvim de; Almeida, Roberto Farina de; Assis, Adriano Martimbianco de; Noronha, Sylvana Izaura Salyba Rendeiro de; Menezes, Rodrigo Cunha Alvim de
    O Transtorno Depressivo Maior (TDM), é um transtorno psiquiátrico altamente prevalente, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Acredita-se que o TDM não possui uma única causa, mas decorre de múltiplos fatores, que somados desempenham um papel importante na sua progressão. Apesar da alta prevalência do TDM e dos avanços obtidos nos últimos anos, a compreensão das bases neurobiológicas desse transtorno e de seu tratamento, ainda representam um desafio. Atualmente, como grande promessa no campo da psicofarmacologia, moduladores do sistema glutamatérgico vêm sendo amplamente estudados. Uma estratégia que vêm demonstrando potencial para avanços terapêuticos, através da modulação indireta do sistema glutamatérgico, são drogas capazes de modular o sistema purinérgico. Diante disso, nessa dissertação, através de um estudo exploratório, buscaremos investigar as possíveis alterações na expressão gênica de importantes receptores purinérgicos, como os receptores P1 (ADORA1 e ADORA2a) e os receptores P2 (P2X7 e P2Y1) na região do córtex frontal em ratos Wistar, submetidos ao modelo de Depressão Maior da Bulbectomia Olfatória (OBX). Nossos resultados demonstram que animais submetidos a OBX apresentam aumento da média na realização do primeiro episódio de grooming, quando comparados com o grupo Sham, no teste comportamental do Splash Test, o que pode ser considerado um fenótipo do tipo depressivo. Ademais, observamos que os animais pertencentes ao grupo OBX apresentaram uma diminuição na expressão relativa de mRNA nos receptores A2a de adenosina, além de uma grande diminuição na média da expressão dos receptores A1 de adenosina, em comparação com os animais do grupo Sham. Com relação aos receptores P2, apenas um efeito no aumento da média dos receptores P2Y1 nos grupos OBX, em comparação com o grupo Sham, foi observado. Considerando que as pesquisas exploratórias buscam suscitar novas hipóteses e possibilitam a utilização de abordagens estatísticas mais amplas, do que as usualmente utilizadas; em nosso estudo, demonstramos, pela primeira vez, que os animais submetidos ao modelo de depressão pela OBX, apresentaram importantes alterações na expressão de genes do sistema purinérgico, na região do córtex frontal.
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    Administração intra-hipocampal de guanosina previne alterações comportamentais e fisiológicas em ratos Wistar submetidos ao modelo de estresse agudo por contenção.
    (2022) David, Camila Vieira Chagas; Almeida, Roberto Farina de; Almeida, Roberto Farina de; Oses, Jean Pierre; Menezes, Rodrigo Cunha Alvim de
    O transtorno depressivo maior (TDM) é considerado um grave problema de saúde pública, afetando, atualmente cerca de 322 milhões de pessoas no mundo. Evidências dos últimos anos têm associado o impacto desse transtorno sobre os processos estruturais e funcionais que ocorrem no encéfalo. Dentre as alterações amplamente citadas na literatura evidencia-se a diminuição de volume hipocampal, com significativa atrofia neuronal. Recentes estudos indicam que drogas capazes de modular a neurotransmissão glutamatérgica apresentam a capacidade de estimular fatores tróficos cerebrais e/ou vias de sinalização relacionadas com a síntese de proteínas (e como consequência ativar mecanismos de sinaptogênese e/ou neurogênese) e por conseguinte provocar um efeito antidepressivo. Neste contexto, sugere-se que a guanosina (GUO) um nucleosídeo pertencente ao sistema purinérgico, exerce suas ações através da modulação do sistema glutamatérgico. No presente estudo, demonstramos pela primeira vez que uma administração intra- hipocampal de GUO (5nmol) foi capaz de exercer um efeito profilático nas alterações induzidas pelo modelo de TDM do estresse agudo por contenção (ARS). Observamos que ratos Wistar submetidos ao modelo de depressão do ARS e tratados com solução salina (ARS/Sal) apresentaram um aumento da temperatura corporal máxima e da variação de temperatura corporal (temperatura pós-estresse menos a temperatura basal) seguido de um prejuízo na performance de reconhecimento de objetos de longa duração. Por outro lado, o tratamento com GUO intra-hipocampal preveniu a alteração da temperatura máxima e o prejuízo na memória de reconhecimento induzidos pelo ARS.
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    Influência da dieta rica em glúten sobre a responsividade comportamental e cardiovascular em ratos Wistar expostos ao isolamento social.
    (2022) Silva, Pamela Félix da; Silva, Fernanda Cacilda dos Santos; Chianca Júnior, Deoclécio Alves; Noronha, Sylvana Izaura Salyba Rendeiro de; Silva, Fernanda Cacilda dos Santos; Chianca Júnior, Deoclécio Alves; Noronha, Sylvana Izaura Salyba Rendeiro de; Gomes, Sílvia de Paula; Barbosa, Miriam Carmo Rodrigues
    As relações sociais são fundamentais para o desenvolvimento humano por promoverem um efeito positivo no bem-estar psicológico e na saúde dos indivíduos. No entanto, durante a pandemia da COVID-19, medidas de distanciamento e isolamento social foram recomendadas pelas autoridades de saúde para minimizar a propagação do vírus SARS-CoV2. O estresse emocional por isolamento social, constitui um fator de risco para doenças cardiovasculares e alterações comportamentais, principalmente dos transtornos de ansiedade. Tais transtornos tanto influenciam quanto são influenciados pelo padrão alimentar, apresentando estreita relação com a homeostase cardiovascular. Em contextos de isolamento social, como ocorrido na pandemia, é plausível que alimentos industrializados contendo glúten (e.g.: massas, biscoitos e produtos de panificação) sejam preferencialmente consumidos, considerando aspectos como maior acessibilidade e palatabilidade, e menor custo e perecibilidade. O glúten, um complexo proteico presente no trigo, centeio e cevada, apresenta relação com a ocorrência de manifestações psiquiátricas e cardiovasculares já observadas na sensibilidade ao glúten celíaca e não celíaca (SGNC). A SGNC ainda não possui causa subjacente estabelecida, mas apresenta prevalência crescente nas últimas décadas, cuja associação com fatores ambientais (i.e: estresse emocional e hábito alimentar) requer investigação. Neste estudo, objetivamos investigar os efeitos da dieta rica em glúten (10% por 5 semanas) sobre a responsividade comportamental e cardiovascular em ratos submetidos ao estresse emocional por isolamento social. Ratos Wistar (pós-desmame; 21 dias) foram divididos em 4 grupos:1) Dieta livre de glúten (DLG) coletivo; 2) Dieta rica em glúten (DCG) coletivo; 3) DLG isolado e 4) DCG isolado. Ao completar 5 semanas do protocolo dietético, os animais foram submetidos aos testes comportamentais, seguido pela canulação da artéria femoral para obtenção dos parâmetros cardiovasculares. Após eutanásia, obtivemos: comprimento nasoanal e tecidos adiposos brancos para cálculo dos índices de Lee e de adiposidade. Foi observado que: (i) o consumo de glúten isolado (i.e.: sem associação com o estresse) aumentou o ganho de massa corporal e o consumo alimentar médio diário, e induziu uma resposta comportamental defensiva pontual (relacionada à ansiedade) observada no número de entradas no braço fechado do Labirinto em Cruz Elevado; (ii) a associação da DCG ao estresse emocional por isolamento social induziu maior consumo alimentar sem causar mudanças no ganho de massa; e (iii) o consumo de glúten isolado ou associado ao estresse não alterou a responsividade cardiovascular. Nossos dados sugerem que o consumo de glúten associado ao estresse emocional por isolamento social por 5 semanas não promove alterações fenotípicas significativas nos parâmetros comportamentais e cardiovasculares em ratos não sensíveis ao glúten.
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    O modelo de depressão da Bulbectomia Olfatória Bilateral em Ratos Wistar induz o aumento da expressão gênica de receptores A1 de Adenosina em hipocampo.
    (2022) Santos, Sulamita Aparecida Ambrosia dos; Almeida, Roberto Farina de; Almeida, Roberto Farina de; Oses, Jean Pierre; Nogueira, Katiane de Oliveira Pinto Coelho
    O transtorno depressivo maior (TDM) é um transtorno psiquiátrico altamente prevalente que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Acredita-se que o TDM não possui uma única causa, mas decorre de múltiplos fatores que, somados, desempenham um papel importante na sua progressão. Apesar da alta prevalência do TDM e dos avanços obtidos nos últimos anos, a compreensão das bases neurobiológicas desse transtorno e seu tratamento ainda representam um desafio. Atualmente, como grande promessa no campo da psicofarmacologia, moduladores do sistema glutamatérgico vêm sendo amplamente estudados. Uma estratégia que vem demonstrando potencial para avanços terapêuticos através da modulação indireta do sistema glutamatérgico são drogas capazes de modular o sistema purinérgico. Assim, um novo campo de pesquisa vem atraindo novos olhares e uma nova via de sinalização ganha atenção: o sistema purinérgico. Diante disto, nesta dissertação, buscaremos investigar as possíveis alterações na expressão gênica dos receptores P1 (ADORA1 e ADORA2a) de adenosina e P2 (P2X7 e P2Y1) de Purinas na região do hipocampo em ratos Wistar submetidos ao modelo de Depressão Maior da Bulbectomia Olfatória (OBX). Nossos resultados demonstram que duas semanas após a OBX, animais com fenótipo do tipo depressivo, observado pela hiperlocomoção no campo aberto e pelo prejuízo cognitivo na memória de longa duração no teste de reconhecimento de objetos, apresentam pronunciado aumento na expressão dos receptores A1 de adenosina em hipocampo, um efeito com forte correlação com a hiperlocomoção no teste do campo aberto. Com relação a expressão dos demais receptores avaliados (ADORA2a, P2X7 e P2Y1), nenhuma alteração foi observada duas semanas após a OBX. Assim, a partir deste estudo inicial e exploratório, nossos resultados fornecem uma caracterização adicional do modelo OBX em ratos e reforçam perspectivas que recentemente vêm sendo exploradas no campo da depressão.
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    Leishmania amazonensis induz a liberação de IL-1β ao interferir no sistema de sinalização de macrófagos.
    (2019) Oshiro, Flávio Pignataro; Afonso, Luís Carlos Crocco; Afonso, Luís Carlos Crocco; Gomes, Thiago de Castro; Borges, William de Castro
    O processo inflamatório, caracterizado pelo recrutamento celular e liberação de citocinas, compreende uma das respostas iniciais do sistema imunológico contra processos de infecção. No caso da infecção causada por parasitos do gênero Leishmania, o recrutamento inicial de células imunes não é capaz de evitar o estabelecimento da leishmaniose, em especial nos casos de infecção por Leishmania amazonensis. Um dos mecanismos utilizados pelo parasito para subverter o sistema imunológico compreende a interferência num sistema de sinalização celular conhecido como sinalização purinérgica, onde moléculas como o ATP extracelular influenciam o prosseguimento da resposta. De forma simplificada, o ATP atua sobre receptores específicos e inicia respostas de caráter pró-inflamatório. Para controlar seus efeitos, enzimas ancoradas à membrana degradam o ATP extracelular à adenosina, capaz de atuar de forma antagônica, resultando em respostas de caráter antiinflamatório. No presente trabalho, procuramos entender qual é o papel do parasito na indução de citocinas no contexto da sinalização purinérgica. Para isso, células mieloides de camundongos C57BL/6 foram diferenciadas, ativadas para a produção da citocina pró-infamatória IL-1β, e infectadas por parasitos da espécie L. amazonensis. O papel de proteínas envolvidas na sinalização purinérgica foi avaliado com o uso de fármacos específicos. Curiosamente, verificamos que L. amazonensis não só é capaz de induzir o aumento da liberação de IL-1β, como potencializa a liberação da citocina por meio da interferência no sistema de sinalização purinérgica de macrófagos. Desse modo, ao inibirmos a sinalização promovida pela adenosina, verificamos uma redução na liberação de IL-1β. Além disso, não ocorreram alterações no que diz respeito à produção dos marcadores pró-inflamatório, TNF e anti-inflamatório, IL-10. Nossos resultados sugerem o estabelecimento de um ambiente que promove o recrutamento de células do sistema imunológico – através da ação da IL-1β –, mas não a ativação dessas células, o que poderia auxiliar o parasito nos processos iniciais de infecção.