Análise proteômica comparativa de Leishmania (Leishmania) infantum para identificação de proteínas diferencialmente expressas induzidas pelo modelo de desnutrição proteica murino.

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Data
2014
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Resumo
A leishmaniose é uma doença endêmica em vários países, com incidência anual de 2 milhões de casos. A forma visceral da doença é a mais severa e a falta de tratamento pode levar o indivíduo à morte. Está bem estabelecido que a desnutrição (DPC) constitui fator de risco para a progressão clínica da leishmaniose visceral (LV), porém, pouco se conhece sobre os mecanismos bioquímicos envolvidos tanto na biologia do parasito quanto na resposta do hospedeiro na ocorrência simultânea de DPC e LV. Assim, o presente trabalho teve como foco a análise do perfil proteômico de Leishmania (Leishmania) infantum após a passagem pelo modelo murino de desnutrição proteica. Camundongos do grupo teste receberam dieta contendo 3% de proteína, enquanto os do grupo controle receberam dieta normal, contendo 14%. Após 8 semanas do início da dieta, confirmou-se a desnutrição dos animais do grupo teste a partir dos parâmetros peso corporal e dosagem sérica de proteína total e albumina. Os camundongos de cada grupo foram infectados com promastigotas de L. infantum, na mesma dose, e, posteriormente, os parasitos foram recuperados do fígado e baço na 2a semana (fase aguda) e na 15a semana (fase crônica) pós-infecção. Após a 15ª semana de infecção crônica, parasitos recuperados de animais de ambos os grupos exibiram curva de crescimento diferencial in vitro, sugerindo maior atividade proliferativa de promastigotas isolados de camundongos desnutridos. O estado nutricional também influenciou significativamente no aumento da carga parasitária total do fígado em animais desnutridos. A técnica 2D-PAGE comparativa, para os extratos de L. infantum recuperados dos dois grupos, revelou perfis eletroforéticos similares com poucos spots únicos de cada extrato. No entanto, promastigotas recuperados de animais em fase crônica da LV e submetidos à desnutrição apresentaram aumento de expressão para proteínas envolvidas com biossíntese proteica. A resposta imune humoral dos animais, frente a antígenos solúveis do parasito, também foi avaliada pela técnica de Western blotting. Essa abordagem imunoproteômica revelou padrões de reatividade distintos para os soros de animais de ambos os grupos. De particular importância, o soro de camundongos desnutridos quando empregado na mesma diluição do soro de camundongos normonutridos, não reconhece proteínas da família das HSP’s e chaperoninas, as quais têm sido descritas como altamente imunogênicas em diversos estudos. Coletivamente, os resultados obtidos demonstraram que a DPC altera o perfil proteômico de L. infantum, compromete o estabelecimento de uma resposta humoral eficaz contra proteínas do parasito e está associada ao aumento de carga parasitária no hospedeiro vertebrado.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Desnutrição, Proteômica, Leischmaniose visceral
Citação
OSTOLIN, Thalita Lopes Valentim. Análise proteômica comparativa de Leishmania (Leishmania) infantum para identificação de proteínas diferencialmente expressas induzidas pelo modelo de desnutrição proteica murino. 2014. 87 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2014.