Diagnóstico de apendicite aguda usando um sinal radiográfico.
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Data
2018
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Resumo
A Apendicite Aguda é uma das causas mais comuns de dor abdominal aguda
e a causa mais comum de cirurgia abdominal de urgência.O diagnóstico
acurado da doença é desafiador ainda nos dias de hoje, devido a miríade de
apresentações clínicas. A decisão de operar, dispensar ou submeter o paciente
a mais exames para estabelecer o diagnóstico é sempre uma dúvida entre os
cirurgiões. As complicações da Apendicite Aguda estão relacionadas a um
diagnóstico tardio ou a laparotomia desnecessária. E a maioria das mortes por
Apendicite Aguda estão associadas a um atraso no diagnóstico. Contudo,
lançamos mão de alguns recursos para chegar a um diagnóstico acertado.
Usamos os sintomas e sinais associados a exames bioquímicos, a exames
radiológicos de imagem e frequentemente algum tempo de observação do
paciente. O padrão-ouro para o diagnóstico de apendicite aguda continua
sendo o exame anatomopatológico do espécime extraído durante o ato
operatório. No entanto, exames de imagem como a Tomografia
Computadorizada de Abdome e Pelve e Ressonância Magnética de Abdome e
Pelve possuem sensibilidade e especificidade próximas de 100%. Há, porém, o
inconveniente do custo dos exames e no caso da Tomografia a produção de
radiação ionizante. Em 2012, foi proposto por Petroianu, um simples sinal
radiológico que pode ser observado na radiografia simples de abdome e que
possui alta sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de Apendicite
Aguda. Esse sinal consiste na presença de fezes no ceco descrito como áreas
de hipotransparência intercaladas por áreas de hipotransparência observadas
na topografia do ceco vistas na radiografia de abdome O objetivo do nosso
estudo foi averiguar se o sinal radiográfico, sozinho ou em associação com
alguns sinais e sintomas e exames bioquímicos, tais como a dor à palpação da
fossa ilíaca direita, o sinal de Blumberg, leucócitos > 10.000/ml, neutrofilia >
70% e PCR > 6 mg/dl poderia apresentar sensibilidade e especificidade para
fornecer o diagnóstico de apendicite aguda. Entre as vantagens do uso do sinal
radiográfico encontra-se o fato de ser um exame barato, amplamente
disponível nos serviços de saúde públicos do país, é fácil de interpretar, produz
pouca radiação ionizante, não requer o uso de contraste endovenoso e nem
preparo prévio. Em nosso trabalho, foram estudados 53 pacientes dos quais 36
foram diagnosticados com apendicite aguda. Foram obtidas sensibilidade de
91,67%, especificidade de 35,29%, valor preditivo positivo de 75% e valor
preditivo negativo de 66,67%. Entretanto, quando considerados os pacientes
com fase patológica de edematosa (fase I) até a fase de necrose (fase III) o
sinal radiográfico obteve uma sensibilidade de 96,85%. Além disso, quando
levados em conta apenas os pacientes com perfuração do apêndice (fase IV) a
sensibilidade do sinal radiográfico cai para 50%. Esses pacientes, em nosso
estudo, estiveram correlacionados com mais tempo de evolução antes da
apendicectomia usualmente mais do que quatro dias de dor, apresentavam
leucocitose maior e dosagem de PCR acima de 30 mg/dl e evoluíram com pior
prognóstico permanecendo mais tempo internados no hospital, requerendo a
realização de outros procedimentos cirúrgicos complementares como
ileostomia, colostomia, drenagem de abscessos profundos e estenose de
uretra. Ademais, quando somadas as sensibilidades em paralelo e as
especificidades em série do sinal radiográfico e da presença de dor à palpação
da fossa ilíaca direita, do sinal de Blumberg, leucócitos > 10.000/ml, Neutrófilos
> 70% e da PCR > 6 mg/dl a sensibilidade do sinal radiográfico atinge
sensibilidade de 100% e especificidade de 99,3%, sendo capaz, assim, de
confirmar ou descartar o diagnóstico de apendicite aguda usando o sinal
radiográfico de presença de fezes no ceco conjuntamente com os sinais,
sintomas e exames bioquímicos descritos.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Apendicite aguda, Apendicite aguada – diagnóstico radiológico
Citação
SANTOS, Ronald Soares dos. Diagnóstico de apendicite aguda usando um sinal radiográfico. 2018. 74 f. Dissertação (Mestrado em Saúde e Nutrição) - Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Nutrição, Ouro Preto, 2018.