Estudo da influência da utilização de medicamentos na qualidade de vida de crianças e adolescentes diagnosticados com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.

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Data
2016
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Resumo
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio do desenvolvimento bastante discutido nas últimas décadas e acomete de 3% a 6% das crianças em idade escolar no Brasil. Esta situação demonstra a necessidade dos serviços de saúde pública reverem as suas práticas e implantarem ações que possam garantir o diagnóstico precoce e adequado, possibilitando um tratamento e acompanhamento coerentes com as atuais propostas de assistência ao paciente com TDAH. No caso daqueles que fazem uso de medicação controlada, em associação ou não com psicoterapias, a atenção deve ser voltada para os efeitos deste uso na Qualidade de Vida das crianças e adolescentes. Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi estudar a influência da utilização de medicamentos na qualidade de vida de crianças e adolescentes diagnosticados com TDAH quando comparada a qualidade de vida de crianças e adolescentes diagnosticados com o transtorno, em tratamento apenas por psicoterapia no Centro de Atenção Psicossocial Infantil - CAPSi do município de Ouro Preto, MG. Para isso foi realizada coleta de dados nos prontuários das crianças e adolescentes acolhidos de 2008 a 2014 totalizando 1.778 pacientes, seguida de uma análise estatística dos dados utilizando os programas Microsoft Office Excel 2007 e IBM SPSS Statistics 20®. Em um segundo momento, a atenção foi voltada para o contato direto com os pacientes, a fim de realizar a aplicação de dois questionários: um abrangendo possíveis Problemas Relacionados ao uso de Medicamentos (PRM), e outro que buscou mensurar e avaliar a Qualidade de Vida das crianças e adolescentes que utilizavam medicamentos para manejo do transtorno, em comparação à Qualidade de Vida daquelas que não utilizavam medicamentos. A ferramenta disposta para tal fim foi a escala PedsQL™ – Pediatric Quality of Life Inventory™ 4.0. Os resultados encontrados mostraram que nos anos de 2008 e 2009, o número de diagnosticados com TDAH em relação ao total de atendidos no CAPSi em cada ano foi superior quando comparado aos anos seguintes. As taxas variaram de 24,5% em 2008 a 9,2% em 2014. A idade média das crianças atendidas foi entre 9 e ~11 anos, sendo a maioria do sexo masculino (78,8%). Foi observada uma variedade de prescrições de medicamentos pertencentes a diferentes classes terapêuticas, sendo a classe dos Antidepressivos a mais prescrita. Foi encontrado alto índice de ocorrência de PRM, sobretudo em adolescentes na faixa etária de 15 a 18 anos. Em relação à Qualidade de Vida, observou-se alta correspondência entre as respostas das crianças e adolescentes, e as dos responsáveis. No caso de crianças e adolescentes que fazem uso de medicação para manejo do TDAH e suas comorbidades, o índice de Qualidade de Vida foi mais alto, ou seja, a qualidade de vida dessas crianças e adolescentes é melhor quando comparada à qualidade de vida de crianças e adolescentes que recebem outros tipos de tratamento para o distúrbio.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Disturbio da falta de atenção com hiperatividade, Qualidade de vida, Imipramina
Citação
LOPES, Rafaela Ramos de Oliveira. Estudo da influência da utilização de medicamentos na qualidade de vida de crianças e adolescentes diagnosticados com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. 2016. 108 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2016.