Avaliação do estresse oxidativo e defesas antioxidantes na infecção pelo vírus Oropouche em modelo animal.
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Data
2023
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Resumo
O Oropouche orthobunyavirus (OROV) é o arbovírus causador da Febre Oropouche, cujos
sintomas são febre alta, cefaléia, mialgia, artralgia, fotofobia, tontura, náuseas e vômito. Mais
de meio milhão de pessoas já foram infectadas com o OROV desde seu isolamento em 1955,
sendo a Febre Oropouche uma doença negligenciada de caráter emergente. Até o momento
não há medicamentos antivirais ou vacinas disponíveis contra a infecção e ainda, pouco se sabe
sobre os mecanismos envolvidos em sua patogenicidade. Assim, estudos que busquem entender
os mecanismos envolvidos na patogênese do OROV são de extrema importância. Nesse sentido,
dados da literatura vêm demonstrando que o estresse oxidativo pode estar envolvido na
patogênese de vários agentes virais, dentre alguns arbovírus como Dengue, Zika, Chikungunya
e Mayaro. O estresse oxidativo é a condição que se estabelece quando há um desequilíbrio entre
os oxidantes, como as “Espécies Reativas de Oxigênio” (ERO), e os antioxidantes, como as
enzimas Superóxido Dismutase (SOD) e Catalase (CAT), a favor dos oxidantes. Sendo assim, este
estudo teve como objetivo investigar em modelo animal, a homeostase redox em órgãos alvos
da infecção. Primeiramente camundongos BALB/c de 21 dias de vida foram infectados via
subcutânea com 6x106 Unidades Formadoras de Placas (UFP) do OROV e monitorados por 21
dias quanto ao desenvolvimento da doença e sobrevida. Os animais desenvolveram doença
aguda autolimitada, com menor ganho de peso entre os dias 2 e 5, sem mortalidade. Para os
próximos experimentos, os animais foram infectados da mesma forma e eutanasiados no 4o dia
pós infecção (dpi). Ao final desse período, os animais infectados apresentaram aumento
significativo do baço, leucopenia, anemia e trombocitopenia. Ainda, desenvolveram anticorpos
neutralizantes anti-OROV, aumento dos níveis séricos das transaminases hepáticas (AST/ALT) e
das citocinas pró-inflamatórias Fator de Necrose Tumoral alfa (TNF-α) e Interferon-γ (IFN-γ). O
genoma do OROV e partículas virais infecciosas foram detectados no fígado e baço dos animais.
A histopatologia revelou inflamação hepática e aumento do número e área total de nódulos
linfóides no baço. No que diz respeito à homeostase redox, a infecção pelo OROV levou a um
aumento dos níveis de ERO e dos biomarcadores de estresse oxidativo malondialdeído (MDA) e
proteína carbonilada no fígado e baço. Ainda, nesses mesmos órgãos, a infecção pelo OROV
levou a uma diminuição nas atividades das enzimas SOD e CAT. Juntos, estes resultados mostram
que a infecção pelo OROV culmina com desequilíbrio na homeostase redox e consequente
estresse oxidativo em órgãos alvos da infecção, ajudando a elucidar alguns aspectos importantes
que podem contribuir na patogênese da Febre Oropouche.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Infecções por Bunyaviridae, Estresse oxidativo, Patogênese, Espécies reativas de oxigênio
Citação
MENEGATTO, Marília Bueno da Silva. Avaliação do estresse oxidativo e defesas antioxidantes na infecção pelo vírus Oropouche em modelo animal. 2023. 76 f. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2023.