Aplicação de resíduos da indústria alimentícia como depressores de hematita.
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Data
2019
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Resumo
Estudos relacionados a novos reagentes para operação de flotação são desenvolvidos
constantemente, buscando redução de custos de produção, reagentes mais eficientes e de
menor impacto ambiental e social. O objetivo deste trabalho foi estudar a ação depressora de
resíduos da indústria alimentícia em óxidos de ferro na flotação catiônica reversa de minério
de ferro. Os resíduos foram caracterizados em termos de porcentagem de amido contida
através de uma adaptação da metodologia de Somogyi-Nelson. A investigação da eficiência
dos depressores foi realizada através de testes de microflotação em amostras purificadas de
hematita e quartzo provenientes do Quadrilátero Ferrífero. As amostras minerais foram
caracterizadas através de difração de raios-X e medidas de densidade. O pH de trabalho na
microflotação igual a 10,5 foi escolhido de acordo com o praticado em operações industriais
brasileiras. A preparação dos resíduos para utilização como depressores foi avaliada, a fim de
determinar aquela mais eficiente para o processo de flotação. Ensaios de potencial zeta da
hematita foram realizados, a fim de colaborar para a interpretação das interações
mineral/depressor. A caracterização das amostras minerais apontou que as fases majoritárias
presente nas mesmas eram quartzo e hematita, com densidades iguais a 2,63 g/cm³ e
5,18 g/cm³. Os resíduos utilizados foram bagaço de cana-de-açúcar, bagaço de cevada e
"lodo" de mandioca (também conhecido como manipueira), e estes apresentaram porcentagem
de amido igual a 17 %, 26 % e 73 %, respectivamente. Os testes de microflotação mostraram
que, para todos os reagentes, a flotabilidade da hematita decresce com o aumento da
concentração de depressor. Os resultados obtidos com a preparação do bagaço de cana-deaçúcar e do lodo de mandioca com adição de hidróxido de sódio retornaram valores bastante
semelhantes aos obtidos com a utilização de amido de milho convencional. O amido de milho
convencional apresentou flotabilidade da hematita igual a 8,4 % para a concentração de
10 mg/L. Para o bagaço de cana-de-açúcar gelatinizado com hidróxido de sódio foi obtida
flotabilidade da hematita igual a 7,5 % à concentração de 25mg/L. Já para o "lodo" de
mandioca utilizando a mesma preparação, a flotabilidade da hematita obtida foi de 7,2 % à
concentração de 10 mg/L. O bagaço de cevada não apresentou resultados satisfatórios para as
condições avaliadas neste trabalho. Os ensaios de microflotação utilizando amostra de quartzo
mostraram que nenhum dos resíduos apresentou efeito depressor para este mineral nas
condições avaliadas. Os estudos indicam que há bom potencial de utilização do bagaço de
cana-de-açúcar e do "lodo" de mandioca na etapa de flotação. Medidas de potencial zeta
mostraram que todos os reagentes avaliados modificaram o potencial zeta da hematita.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral. Departamento de Engenharia de Minas, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Flotação - depressores, Amido, Hematita
Citação
MARINS, Tatiana Fernandes. Aplicação de resíduos da indústria alimentícia como depressores de hematita. 2019. 78 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mineral) - Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2019.