Avaliação da solubilidade e permeabilidade da loratadina e desloratadina visando a classificação biofarmacêutica.
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Data
2018
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Resumo
O Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB), proposto em 1995, é fundamentado nos
parâmetros de solubilidade e permeabilidade de fármacos e tem sido utilizado como
ferramenta na decisão regulatória da substituição dos estudos de bioequivalência por testes in
vitro. Devido à necessidade de estudos biofarmacêuticos para segura classificação e a
discussão acerca da bioisenção, a loratadina e a desloratadina são fármacos de estudo que
apresentam estreitas relações farmacocinética e estrutural entre si. Esses fatores despertaram a
necessidade de um método analítico capaz de quantificá-los simultaneamente, sendo
desenvolvido e validado um método por cromatografia a líquido de alta eficiência com as
condições cromatográficas: C18 (150x4,6 mm, 5 μm), fluxo 1,0 ml/min, temperatura 25ºC,
volume de injeção 20 μl, detecção na região do UV a 248 nm, a fase móvel foi composta por
ácido acético a 0,1% em água (v/v) (A) e metanol (B) eluídos em modo gradiente (tempo
(min)/% B): 0,0/5,0%; 3,0/100,0%; 5,0/100,0%; 6,0/5,0% e 7,0/5,0%. O método desenvolvido
foi aplicado a estudos de solubilidade em equilíbrio pelo método da agitação orbital em frasco
(shake-flask) e mostrou-se indicativo de estabilidade, sendo seletivo, linear, preciso e exato. A
loratadina apresentou solubilidade dependente do pH, tendo razão dose/solubilidade de 0,59
mL, 415,0 mL e 17787, 64 mL nos meios tamponados FGSSE pH 1,2, TA pH 4,5 e FISSE pH
6,8, respectivamente. A desloratadina por sua vez apresentou alta solubilidade caracterizada
com razão dose/solubidade 0,19 mL, 0,76 mL, 1,30 mL nos três meios tamponados FGSSE
pH 1,2, TA pH 4,5 e FISSE pH 6,8, respectivamente. Em relação à permeabilidade, os dados
da literatura compilados não compreendem estudos in vivo em humanos sadios, de forma que
a partir dos dados disponíveis sugere-se que ambos os fármacos se comportem como
altamente permeável, sendo a desloratadina passível de pertencer a classe I e a loratadina a
classe II segundo o SCB. Nesse contexto, a desloratadina é um possível candidato a
bioisenção enquanto que a loratadina não é um fármaco bioisento. A identificação e avaliação
da composição dos medicamentos contendo esses fármacos isoladamente permitiu verificar a
ausência de excipientes considerados críticos no processo de absorção nos medicamentos
contendo 10 mg de loratadina, enquanto que duas das formulações contendo 5 mg de
desloratadina apresentaram manitol em sua composição. Ao passo que esse excipiente pode
afetar a biodisponibilidade dos fármacos, os estudos de bioequivalência que todos esses
medicamentos foram submetidos asseguram a eficácia clínica e segurança dos mesmos.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Sistema de Classificação Biofarmacêutica, Loratadina, Desloratadina, Solubilidade, Permeabilidade
Citação
SILVA, Débora dos Santos da. Avaliação da solubilidade e permeabilidade da loratadina e desloratadina visando a classificação biofarmacêutica. 2018. 137 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2018.