Efeitos toxicogenéticos do resveratrol em células de câncer de bexiga com diferentes status do gene TP53.

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Data
2020
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Resumo
A atividade antitumoral do resveratrol, composto polifenólico encontrado principalmente nas uvas, tem sido estudada em diversos tipos de câncer. No câncer de bexiga, seus efeitos antiproliferativos já foram demostrados, tanto in vitro quanto in vivo, entretanto pouco se sabe sobre seu mecanismo de ação. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar o potencial antineoplásico e os possíveis mecanismos de ação molecular do resveratrol em células tumorais de bexiga com diferentes status do gene TP53 (RT4 - TP53 selvagem; 5637 e T24 - TP53 mutado). Avaliou-se os efeitos do resveratrol em relação a citotoxicidade, alterações morfológicas, sobrevivência clonogênica, genotoxicidade, mutagenicidade, produção de espécies reativas de oxigênio, progressão do ciclo celular, taxas de apoptose/necrose, migração celular, metilação global, imunocitoquímica para p53 e PCNA e expressão dos genes AKT, CDH1, CTNNBIP1, DNMT1, FGFR3, HAT, HDAC1, HOXB3, mTOR, MYC, PLK1, RASSF1A, SMAD4 e SRC. Os resultados mostraram que o resveratrol possui efeito citotóxico em todas as linhagens estudadas, sendo a linhagem TP53 selvagem mais sensível à ação desse composto. Em relação aos efeitos a longo prazo, observou-se que o resveratrol causou redução do número de colônias em todas as linhagens, juntamente com redução da expressão do gene PLK1. Aumento significativo de danos primários ao DNA foi detectado em todas as linhagens e provavelmente ocorreu devido aos efeitos pró-oxidantes do resveratrol. Aumento significativo das taxas de apoptose foram encontradas na linhagem TP53 selvagem ao mesmo tempo em que ocorreu redução da expressão dos genes AKT, mTOR e SRC. A redução da migração celular foi acompanhada pela redução da expressão do gene SMAD4 e aumento da expressão de CDH1. Além disso, os efeitos antiproliferativos do composto na linhagem TP53 selvagem foram acompanhados de modulação dos genes HAT, HOXB3 e DNMT1. Nas linhagens mutadas para o gene TP53 pode-se observar que o resveratol leva a parada do ciclo celular na fase S, juntamente com redução da expressão do gene PLK1. Também foi observada inibição da migração celular acompanhada do aumento da expressão dos genes CDH1 e CTNNBIP1. Adicionalmente, houve modulação de vias relacionadas a HOXB3, RASSF1A e HAT na linhagem T24. Concluindo, o resveratrol possui atividade antiproliferativa independente do status de TP53 em células tumorais de bexiga, entretanto, os efeitos antineoplásicos observados devem-se a diferentes mecanismos de ação.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Bexiga - câncer, Genes supressores de tumor, Polifenóis
Citação
ALMEIDA, Tamires Cunha. Efeitos toxicogenéticos do resveratrol em células de câncer de bexiga com diferentes status do gene TP53. 2020. 177 f. Tese (Doutorado em Ciências Farmacêuticas) - Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2020.