Aspectos da biologia de Melipona quinquefasciata Lepeletier (Mandaçaia do chão), características físico-químicas do mel, recursos alimentares e leveduras associadas.
Nenhuma Miniatura disponível
Data
2011
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
Os meliponíneos constituem um grupo de abelhas eussociais bem diversificado que ocorre principalmente em países da região Tropical. Melipona quinquefasciata pertence a este grupo e ocorre na parte sul do Estado do Ceará, na Bahia, Piauí, Pernambuco, sul do Estado do Espírito Santo até o Rio Grande do Sul. Conhecida como mandaçaia-do-chão, a espécie diferencia-se das demais do gênero por nidificar no subsolo. O estudo foi desenvolvido no Parque Estadual Veredas do Peruaçú, uma área de Cerrado no norte de Minas Gerais. O objetivo deste trabalho foi descrever a biologia da nidificação de Melipona quinquefasciata por meio da avaliação dos recursos florais utilizados, caracterizar as propriedades físico-químicas do mel e verificar a diversidade e a abundância de leveduras associadas à espécie. A técnica de transferência dos ninhos naturais para caixas de criação racional modelo Uberlândia obteve sucesso e pode ser utilizada para o manejo desta espécie. Melipona quinquefasciata mostrou-se uma espécie generalista, porém com preferência por determinadas famílias e espécies botânicas. As principais fontes de néctar foram: Anacardiaceae (Anacardium cf. humile), Fabaceae (Copaifera sp., Mimosa cf. arenosa), Melastomataceae (Mouriri pusa, Macairea radula), Ochnaceae (Ouratea sp.), Polygalaceae (Bredemeyera barbeyana) e Sapindaceae (Cupania paniculata). As principais fontes de pólen foram: Fabaceae (Copaifera sp., Mimosa cf. arenosa), Myrtaceae (Eugenia dysenterica) e Ochnaceae (Ouratea sp.). As propriedades físico-químicas do mel de M. quinquefasciata foram similares aos méis de outras espécies de Melipona, com 28,02% de umidade, 73,93% de açúcares redutores, 0,94% de sacarose aparente, 6,45 UI de atividade de invertase, 44,61 meq.kg -1 de acidez livre, e 3,70 de pH. O número médio de leveduras no saburá foi de 6,0x10 3 ufc/g, no mel maduro foi de 6,0x10 2 ufc/mL e no mel imaturo foi de 8,4x10 3 ufc/mL. A contagem de leveduras foi maior em amostras de mel imaturo, em todas as três coletas o que evidencia que a abundância e a diversidade de leveduras diminuem, na medida em que ocorre o processo de maturação do mel. A espécie Candida sp. MUCL 45721, uma espécie para a qual ainda não foi feita descrição taxonômica, foi a mais freqüente nas amostras. A maior diversidade de leveduras esteve associada ao corpo das abelhas adultas e dentre estas, muitas são características do filoplano de plantas e do néctar de flores. M. quinquefasciata tem papel de vetor na distribuição de microrganismos entre plantas.
Descrição
Palavras-chave
Abelha, Pólen, Melipona, Mel, Leveduras
Citação
CALAÇA, P. de S. S. T. Aspectos da biologia de Melipona quinquefasciata Lepeletier (Mandaçaia do chão), características físico-químicas do mel, recursos alimentares e leveduras associadas. 2011. 107 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia de Biomas Tropicais) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2011.