Participação do óxido nítrico na infecção experimental de cães pelo Trypanosoma cruzi.
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Data
2007
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
Durante a fase da aguda da infecção pelo Trypanosoma cruzi ocorre uma síntese sistêmica de citocinas pró-inflamatórias, que ativam componentes da imunidade inata, como as células NK e macrófagos. Uma vez ativadas estas células passam a expressar iNOS e a produzir Óxido Nítrico (NO) que poderá contribuir no controle da parasitemia e do parasitismo tecidual. Este trabalho teve como objetivo avaliar a participação do NO durante a fase aguda da infecção de cães com formas tripomastigotas sangüíneas (grupo TS, n=4) ou metacíclicas (grupo TM, n=4) da cepa Berenice-78 do T. cruzi em relação ao grupo Controle (n=4). A parasitemia foi determinada diariamente a partir do 10º dia após a infecção (DAI) até sua negativação. Soro e sangue foram coletados no período que antecedeu a infecção e aos sete, 14, 21, 28 e 35º DAI para dosagem sérica de NO e fenotipagem (linfócitos T THY-1+, CD5+, CD4+ e CD8+, linfócitos B CD21+ e monócitos CD14+). Os animais foram eutanaziados ao final da fase aguda e o baço, linfonodo cervical e coração (átrios e ventrículos direito e esquerdo, septo interventricular e ponta) foram coletados e processados rotineiramente para inclusão em parafina. A avaliação histopatológica, a quantificação do parasitismo tecidual e da área marcada para iNOS foram realizadas em cortes histológicos corados pela HE ou submetidos a reações de imunohistoquímica peroxidase anti-peroxidase e estreptoavidina-biotina-peroxidase, respectivamente. Os animais do grupo TM apresentaram aumento nos níveis séricos de NO ao longo da infecção comparado aos grupos Controle e TS e um atraso no pico de parasitemia em relação ao grupo TS. Somente no grupo TM foi observada correlação positiva entre os linfócitos T CD5+ e CD4+ com os níveis séricos de NO, sugerindo que estas células contribuem para o aumento dos níveis séricos de NO encontrados neste grupo. O mesmo padrão observado no soro foi encontrado no baço, onde o grupo TM apresentou maior área marcada para iNOS em relação aos grupos Controle e TS. Entretanto, no linfonodo cervical o grupo TS revelou diminuição na área marcada para iNOS quando comparado aos grupos Controle e TM. Este fato pode estar relacionado à diminuição do número de macrófagos na zona medular neste grupo. Não foi observado parasitismo tecidual no baço e linfonodo cervical. O coração dos animais do grupo TM apresentou menor parasitismo tecidual e maior área marcada para iNOS enquanto que os animais do grupo TS apresentaram infiltrado inflamatório e parasitismo maiores e menor área marcada para iNOS. Com exceção do ventrículo esquerdo onde a expressão de iNOS foi maior no grupo TS. Os resultados observados nesta dissertação verificaram que a fonte do inóculo pode interferir no desenvolvimento da fase aguda da doença de Chagas. Ao que parece, animais infectados com as formas TM induzem uma resposta inicial mais eficaz, que limita a parasitemia e, posteriormente, o parasitismo tecidual, refletindo em menor resposta inflamatória, caracterizando um quadro de menor dano tecidual. Por outro lado, animais infectados com as formas TS não seriam capazes de logo no início da infecção, induzir uma resposta imune mais elaborada, e conseqüentemente não alcançam o controle rápido da infecção contribuindo para o desenvolvimento de intensas alterações histológicas, principalmente cardíacas. Portanto, o NO apresenta durante a fase aguda da infecção experimental de cães um papel imunoprotetor.
Descrição
Palavras-chave
Óxido nítrico, Trypanosoma cruzi, Doença de Chagas, Cães, Imunobiologia de protozoários
Citação
VIEIRA, P. M. de A. Participação do óxido nítrico na infecção experimental de cães pelo Trypanosoma cruzi. 2007. 75 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2007.