Ciclagem de nutrientes no sistema atmosfera-solo-planta em formação campestre e florestal sobre canga em Minas Gerais.

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Data
2012
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
Em um ecossistema, a heterogeneidade na distribuição de grupos funcionais e na cobertura vegetal, em função de variações edafo-climáticas, pode levar a diferentes padrões na ciclagem de nutrientes, seja na produção e na qualidade da serapilheira, na velocidade de decomposição do material depositado ou nos mecanismos de retenção e liberação de elementos na parte aérea da vegetação durante eventos de chuva. Partindo desse princípio, seria a heterogeneidade de grupos funcionais e de condições edafo-climáticas encontradas em um complexo de campo ferruginoso, suficiente para resultar em padrões diferenciáveis de ciclagem de nutrientes e assim, impossibilitar a descrição de um único padrão para este ecossistema? O estudo foi conduzido em formações vegetacionais sobre diferentes tipos de canga, na Serra da Brígida em Ouro Preto (MG), onde distribuem-se habitats de campos ferruginosos predominantemente campestres, dominadas por plantas herbáceo-arbustivas e entremeadas de ilhas de vegetação mais densa com grupos herbáceo-arbóreo-arbustivos e, formação florestal considerada estacional semi-decidual. Durante um ano, em cada habitat, foram determinadas a produção, qualidade nutricional e decomposição da serapilheira, juntamente com o fluxo de nutrientes na serapilheira e na água da chuva percolada nas superfícies aéreas da vegetação (throughfall). A produção de serapilheira apresentou um padrão sazonal, com o habitat herbáceoarbustivo apresentando maior variação anual de deposição. Os pulsos de produção de serapilheira também variaram entre os habitats, ocorrendo em alguns períodos da estação chuvosa e na transição chuvosa-seca na formação campestre e, ao final da estação seca na formação florestal. Os habitats da formação campestre liberaram serapilheira de melhor qualidade nutricional, com maiores concentrações de Ca, N e P e menores razões C:N e C:P. Inicialmente, a decomposição de serapilheira foi mais acelerada na formação florestal e apresentou melhores correlações com o índice de área foliar e condições microclimáticas. Por outro lado, após um ano, as porcentagens de massa da serapilheira perdida nos habitats da formação campestre, mais evidentemente nas ilhas de vegetação arbórea, se igualaram aos valores obtidos na formação florestal, padrão que possivelmente está relacionado com a qualidade inicial da serapilheira, principalmente concentrações iniciais de N e P. Com relação ao fluxo de elementos, com exceção do K, a maior parte dos demais elementos retornou ao solo via serapilheira foliar. Melhores relações do fluxo de elementos do throughfall com o índice de área foliar foram obtidos para Fe e K. As ilhas de vegetação arbórea apresentaram maior importância da deposição seca no fluxo do throughfall, enquanto na formação florestal mais de 90% do fluxo de K e Mn ocorreram por processos de lixiviação com as superfícies aéreas. Desta forma, sobre um mesmo ecossistema de campo ferruginoso é possível encontrar diferentes padrões de ciclagem de nutrientes.
Descrição
Palavras-chave
Ciclagem de nutrientes, Solo - planta, Formação campestre, Campos rupestres, Serapilheira
Citação
VALIM, E. A. R. Ciclagem de nutrientes no sistema atmosfera-solo-planta em formação campestre e florestal sobre canga em Minas Gerais. 2012. 82 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia de Biomas Tropicais) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2012.