Aspectos toxicológicos do tratamento crônico de ratos Wistar com dibenzotiofeno e dibenzotiofeno sulfona : indução de câncer e marcadores tumorais.

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Data
2011
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
O alto conteúdo de compostos orgassulfurados nos derivados de petróleo compromete sua qualidade; assim, sua remoção ou conversão a substâncias menos tóxicas são importantes etapas durante o refinamento de óleo. Os limites de concentração para esses compostos estão sob rígido controle em diversos países com o objetivo de minimizar seu impacto negativo sobre a saúde animal e o ambiente. Dentre eles, o dibenzotiofeno (DBT) é um hidrocarboneto policíclico aromático que contém um átomo de enxofre em substituição a um carbono em sua estrutura. Devido à importância dessas moléculas na oncogênese e a escassez de investigações toxicológicas relacionadas ao DBT, este trabalho se propôs a realizar uma avaliação dos efeitos tóxicos promovidos por um tratamento crônico de ratos Wistar com doses sub-letais (30 e 150 mg/kg) de DBT e seu derivado oxidado DBTO2 (dibenzotiofeno sulfona), ambos administrados durante 10 semanas. Em paralelo, seus efeitos tóxicos foram comparados com aqueles provocados pelo tratamento com o agente mutagênico clássico, 1,2-dimetilhidrazina (DMH), administrado a 30 mg/kg durante o mesmo período. Na 14º semana após a última dose, os animais foram sacrificados para uma avaliação inicial da contagem de células sanguíneas e das funções hepáticas e pancreáticas. Não foram observadas alterações nos parâmetros celulares ou indicações de lesões hepáticas e pancreáticas. Entretanto, lesões préneoplásicas no intestino delgado dos animais tratados com DBT e DBTO 2 mostraram-se comparáveis em intensidade e morfologia com aquelas encontradas no cólon de animais tratados com DMH. Análises histopatológicas revelaram a ocorrência de processos neoplásicos em estágio inicial de desenvolvimento. Em concordância com esse achado, os marcadores tumorais CD44 e CEA (antígeno carcinoembrionário), comumente associados ao câncer de intestino avançado, não foram detectados por Western blotting nos extratos proteicos dos animais tratados. Com o objetivo de isolar o glicoproteoma associado ao desenvolvimento deste tipo de câncer, diversos métodos de imobilização de proteína foram testados. O protocolo mais apropriado foi o FNHSCA (N-HidroxysuccinylcaproylFractogel), assim determinado por sua alta capacidade de imobilização e manutenção da atividade enzimática da tripsina bovina. Nosso próximo passo envolveu a imobilização do ligante não-específico de carboidratos, ácido amino borônico, e das lectinas ConA, Jacalina e EspecL, utilizando o protocolo selecionado, para o enriquecimento de glicoproteínas presentes em extratos totais de proteínas. Uma análise preliminar utilizando clara de ovo Silva, K.T.S. Como amostra, revelou padrões eletroforéticos distintos associados às diferentes colunas de afinidade produzidas. Enfim, uma análise comparativa das frações de proteína de animais controles e testes utilizando SDS-PAGE revelou uma discreta diferença no padrão de bandas eletroforéticas associadas aos tratamentos com DBT e DBTO 2 , e diferenças mais pronunciadas para o tratamento de animais com DMH. A identificação de tais proteínas por espectrometria de massas possui potencial para a identificação de novos marcadores moleculares para a detecção e prognóstico de alterações celulares e teciduais promovidas por esses agentes.
Descrição
Palavras-chave
Cancer, Glicoproteinas, Lectinas
Citação
RÚBIO, K. T. S. Aspectos toxicológicos do tratamento crônico de ratos Wistar com dibenzotiofeno e dibenzotiofeno sulfona: indução de câncer e marcadores tumorais. 2011. 95 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2011.